Horrores Urbanos: Os Devoradores de Almas #08 – Os Silêncios

De todos os antagonistas da série de ficção científica Doctor Who, talvez os Silêncios sejam os mais assustadores. Além de não possuírem rosto, eles têm uma missão que é proteger o Tempo de qualquer alteração que possam fazer, nem que isso signifique matar qualquer um que os impeça. Além disso, eles se escondem diante de nós pois nós nos esquecemos deles assim que saem de nosso campo de visão. Dessa forma, são praticamente invisíveis e podem fazer o que quiserem sem que possamos fazer absolutamente nada a respeito. Infelizmente é justamente assim que muitas pessoas se sentem e vivem todos os dias diantes de horrores urbanos que estão longe de serem ficção.

Caso você não queira ouvir relatos de agressão, perseguição e violência, não ouça este episódio.

Duração: 23minutos

Marcações

  • [00:00] Introdução
  • [03:30] A Memória
  • [07:00] A Atenção
  • [10:30] Os Ataques
  • [16:15] O Esquecimento
  • [21:15] Encerramento

Referências:

  • http://tardis.wikia.com/wiki/The_Silence
  • https://en.wikipedia.org/wiki/Silence_(Doctor_Who)
  • http://syfy.globo.com/series/doctor-who/materias/top-5-os-maiores-inimigos-de-doctor-who.htm
  • http://www.huffpostbrasil.com/entry/terry-zwigoff-weinstein-blacklist-mira-sorvino_us_5a364460e4b0ff955ad39568
  • https://www.theguardian.com/film/2017/dec/15/peter-jackson-harvey-weinstein-ashley-judd-mira-sorvino
  • https://www.fronteiras.com/artigos/damasio-e-a-descricao-neurobiologica-do-self
  • http://www.overmundo.com.br/overblog/invisibilidade-social-outra-forma-de-preconceito
  • http://www.usp.br/agen/repgs/2003/pags/036.htm
  • http://www.bv.fapesp.br/pt/publicacao/6180/garis-um-estudo-de-psicologia-sobre-invisibilidade-publica/
  • https://en.wikipedia.org/wiki/Mira_Sorvino
  • https://www.newyorker.com/news/news-desk/from-aggressive-overtures-to-sexual-assault-harvey-weinsteins-accusers-tell-their-stories
  • http://time.com/4978659/mira-sorvino-harvey-weinstein-sexual-harassment/
  • http://www.bbc.com/news/entertainment-arts-41580010
  • http://www.telegraph.co.uk/films/2017/11/17/harry-potter-fans-protest-johnny-depps-role-fantastic-beasts/
  • http://time.com/4645846/what-to-know-about-the-casey-affleck-oscar-controversy/
  • https://www.buzzfeed.com/elliewoodward/brie-larson-refused-to-clap-for-casey-afflecks-oscar-win?utm_term=.cyPdelr0AE#.fdAPXZxyq2
  • http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2017/09/17/internas_polbraeco,626604/brasil-registra-um-estupro-a-cada-11-minutos.shtml

34 comentários em “Horrores Urbanos: Os Devoradores de Almas #08 – Os Silêncios”

  1. Pensei que eram sobre lendas urbanas e não sobre criticas da sociedade. Caramba, seria bom saber, estou começando logo com esse, impacta demais.
    No áudio, seria bom explicar exatamente o que será falado

    1. Episódios diferentes tem conteúdos diferentes, algumas têm mais lendas urbanas, outras questões mais sociais, e algumas tem até os dois! Mas foi avisado logo no início deste episódio o teor do que seria falado (e tem até no texto do post)…
      Mas se está começando, recomendo ouvir em ordem, começando com o ep. #00!

  2. Felipe Cavalcante

    Excelente post! Conheci o site ontem. Estava “testando” o site, mas não precisa mais.
    Parabéns!!!

      1. Quem falou em “personagem” de série? Falei da vidanurbana mesmo… É só ligar nos telejornais. Acredito que esse podcast não é pra fazer conscientização social…

        1. Eu falei de personagem de TV, pois falei de personagem do programa Doctor Who…
          E vc pode acreditar no que você quiser – tem gente que acredita até na terra plana! O mundo vai continuar sendo o que é independente da sua crença… 😊

  3. Não, uma mulher não é estuprada a cada 11 minutos, esse é o número de denúncias muitíssimas das quais mentirosas. Óbvio que um estupro já é muito, antes que alguém venha falar besteira, mas pra quem faz uma denúncia falsa de um crime tão grave 20 anos de cadeia é pouco. http://libernews.com.br/category/falsa-acusacao-de-estupro/
    Antes que alguém fale que não pode duvidar da palavra da mulher:
    https://cdn1.thr.com/sites/default/files/imagecache/landscape_928x523/2016/02/to_kill_mockingbird_1962_11_-_h_2016.jpg
    Essa é pra saber se o povo “desconstruído” acha isso absurdo, só pra saber se realmente se importam com as mulheres:
    https://ibb.co/drkjKG

    1. Só que você não está considerando os casos de estupro que não são notificados (por exemplo, veja aqui: http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/05/apenas-35-dos-casos-de-estupro-no-brasil-sao-notificados.html). Mesmo que existam casos falsos de denúncia, não temos como ignorar os casos reais.

      Infelizmente, Rodrigo, a sua colocação – por mais correta que o conteúdo seja – peca gravemente pela forma como é apresentada. Negar que uma mulher é estuprada a cada 11 minutos é negar o sofrimento de várias mulheres. Querer culpar a mulher por fazer uma denúncia falsa de estupro e querer mais de 20 anos de cadeia por isso é fazer parte do problema que ignora todo o sofrimento que o nossos sistema prisional causa sobre as mulheres. Não só o sistema prisional, mas o sistema social como um todo foi construído para invisibilizar e nos fazer esquecer de toda a violência que provocamos sobre as mulheres. Devemos duvidar de tudo, mas defender a negação da palavra da mulher enquanto se ignora os casos de estupro que não são notificados chega a ser tão ou mais criminoso quanto uma denúncia falsa, pois uma denúncia falsa vai atingir um homem, enquanto a negação sistêmica da violência atinge sempre todas as mulheres.
      E antes de você citar a obra de ficção “O Sol é Para Todos” (brilhante, por sinal, e escrito por uma mulher), reveja os casos reais que ilustram os jornais todos os dias. Vou listar apenas alguns:
      https://noticias.r7.com/cidade-alerta/videos/-homem-ganha-liberdade-condicional-e-mata-a-ex-namorada-31052017
      https://brasil.elpais.com/brasil/2017/03/09/internacional/1489073563_208586.html
      http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2013/08/homem-e-suspeito-de-matar-ex-mulher-e-filha-com-chutes-na-cabeca.html
      https://noticias.r7.com/cidade-alerta/videos/homem-nao-aceita-fim-do-relacionamento-e-assassina-mulher-ao-lado-dos-filhos-no-piaui-11092017

      Existem excessões? É claro. Nem todos os homens são estupradores e violentos? É óbvio. Mas querer olhar para esses casos é ignorar e esquecer das vítimas que são reais. Por mais que nem todos os homens seja estupradores potenciais, sim todas as mulheres são vítimas potenciais de estupro. Querer defender os homens nesse sistema é fazer parte do problema do esquecimento e é querer silenciar ainda mais esses problemas sociais pois ao invés de focarmos no problema real, estaremos tentando defender quem não precisa de defesa. Se o homem não é culpado, ele não precisa se preocupar. Se ele foi falsamente acusado e teve sua vida destruída, isso é muito triste, mas por enquanto é a forma que temos para dar conta de um problema muito mais grave: que no Brasil a cada 11 minutos uma mulher é estuprada – e isso vem de dados não só dos casos notificados (onde alguns deles são falsos) como também dos mais de 60% dos casos subnotificados, coletados de outras fontes que não da política.

      Não adianta NADA se horrorizar diante do estupro se não se quer reconhecer o problema estrutural do estupro. Recomendo ouvir o episódio Sleepy Hollow onde comento um pouco mais sobre isso. http://www.mitografias.com.br/2017/07/horrores-urbanos-os-devoradores-de-almas-07-sleepy-hollow/

      1. É impossível saber a quantidade de casos não notificados, mas o fato continua: a estatística está lida da forma errada. Eu acho sim que uma pessoa que faz uma denúncia caluniosa (é diferente da falsa comunicação de crime) tem que ficar 20 anos ou mais na cadeia, todo mundo sabe o que acontece com estupradores na cadeia, imagina quantas pessoas sofreram isso por denúncias falsas? Não foi acusação de estupro, mas é só lembrar o que aconteceu com aquela mulher que foi linchada no Guarujá. Quanto tempo de cadeia merece a pessoa que fez a acusação? Eu acho que mais de vinte anos. E de novo, não uma mulher não é estuprada a cada 11 minutos, na verdade é registrado um estupro a cada 11 minutos no Brasil, isso é bem diferente e independente das nossas emoções é a verdade. Se vc tiver uma estatística da quantidade de condenações poderemos ter uma noção do número real.

        1. Caramba…
          Esse Rodrigo é meio estranho, fica repetindo o mesmo argumento óbvio em todo o “debate”.
          (parece até um barbudo nazista que faz vídeos para o Youtube)

          Acho que já entendemos que existem casos caluniosos das vítimas nesse quesito, e isso é bem óbvio na verdade… Mas, nestas ocasiões sempre existem a investigação criminal, (caso você não saiba) se as autoridades investigarem, e a vítima estiver mentindo, nada acontecerá com o suposto agressor, certo? Agora, se o agressor realmente for o culpado, ele tem que ser punido, concorda?

          O grande problema dessa questão, e que o Sr. Pablo vem tentando explicar para o senhor é que, na maioria desses casos a autoridade não tem a mínima empatia pela vítima, fazendo perguntas do tipo: “Você realmente quer denunciar essa pessoal?” ou “Tem certeza de que foi realmente um estupro?” ou ainda “Pense bem no que vai fazer, isso pode arruinar a vida dessa pessoa pra sempre” fazendo assim, a vítima se auto silenciar-se, com medo de “arruinar a vida de alguém”.

          Entendeu o cerne do problema?
          Entendeu que algumas mulheres não são levadas a sério quando fazem uma acusação desse tipo?

          Espero que tenha esclarecido o problema.

          Desde já obrigado.
          Att. Carloz

    2. Rodrigo Paiva, boa noite, tudo bem? Vou explicar como eu saio da minha casa: antes de chegar no portão, eu vou bem devagar para tentar ouvir o barulho da rua e assim evitar algum problema. antes de abrir o portão, olho para os dois lados. Se eu der sorte, tem alguma vizinha saindo de casa. Se eu der azar, tem o vizinho esquisitão que mora do outro lado da rua e eu realmente tenho medo dele pq já me abordou numa manhã chuvosa pedindo carona. E eu entrei rapidamente no meu carro, me tranquei e saí cantando pneu. Meu biotipo: tenho 1,75 de altura. Então, depois desse susto, eu sempre, todos os dias, torço para que esse cara não esteja na rua no momento que eu sair.

      Eu tbm procuro sair em horários variados, para não criar rotina. Note que nesse ponto da conversa eu ainda não abri o portão de casa. Então, depois de checar se a rua está livre, eu abro o portão, entro no carro e saio, manobro o carro na rua, deixo no ponto. E eu sei que em menos de 3min eu preciso: Entrar no carro, sair com ele, manobrar, sair do carro, fechar o portão, travar as portas e finalmente descer a minha rua. Parece maluquice, ne´? Parece, mas eu preciso me preocupar em não entrar na estatística que o Pablo mencionou, pq eu tendo nascido mulher, fui educada a tomar cuidado com meu corpo, que não é para qualquer um tocar, que isso deve ser um momento íntimo e especial. OU seja, não é para qualquer um porque eu sou uma pessoa e mereço respeito.

      Bom, talvez você esteja entendendo, vou continuar. Eu preciso descer a rua com o carro e virar à esquerda. Todos os dias. Não posso variar essa parte do trajeto porque daí eu erro o caminho. E eu tenho que evitar que pessoas tentem abrir a minha porta ou que avancem sobre o carro. Isso geralmente acontece próximo de feriados que geram indultos. Pois é, eu moro na periferia e bem, não sei se vc sabe, cara, mas tem alguns ‘apenados’ que saem dos presídios para visitar as famílias e porque não alguns deles, não todos, óbvio, mas alguns deles aproveitarem e se divertirem nesse período, né? Bom, não é exagero, já tentaram me parar nessa virada da esquina 5 vezes. A última foi no último feriado do dia das mães e quase que a minha passa sem a filha, que coisa, né? Por sorte eu estava atenta e quando o cara se aproximou, eu continuei com o carro em marcha e só ouvi o clique dele puxando a maçaneta, que eu tranquei lá em cima, lembra? Eu vou parar por aqui, pq o resto do meu trajeto é com os vidros fechados, que eu mandei passar insulfilme dos mais escuros pq já tentaram abrir minha porta, comigo dentro, parada num farol (semáforo, sinaleira) de frente para uma igreja católica.

      Diante dos ‘olhos de Deus’, um cara tentou abrir a minha porta. E isso me assustou, eu saí com o carro e no processo quase derrubei um motociclista que não tinha nada a ver e quase fiz um lotação colidir comigo tbm. Então, eu disse que ia parar, mas é isso, ser mulher é difícil e sinceramente às vezes queria ter algum tipo de equipamento, como um reloginho que se eu pressionasse um botão, eu poderia me transformar num homão da porra, com 1,90 de altura, músculos gigantescos e cara de homem da montanha, com aquele barbão, porque daí, certamente eu não teria medo de ser estuprada quando fosse sair da minha casa. Embora muitas vezes mesmo em casa eu tenha passado o mesmo medo por ouvir barulhos no quintal, mas isso é outra história.

      Então, quando eu leio um comentário como o seu, eu fico num misto de ódio e pena. Ódio porque comentários assim denotam uma falta de empatia com as mulheres, grupo do qual me incluo, assim como sua mãe, sua tia, sua irmã, primas, amigas etc. E pena porque se alguma dessas mulheres do seu círculo sofrerem um estupro, você será incapaz de ter o mínimo de empatia e sequer poderá ajudá-las, eu sinto muito por elas e por todas nós.

      Mas olha só, eu andei lendo que há casos de estupros entre homens também, é pouco relatado, pouco falado e talvez seja melhor você começar a se cuidar também, vai que alguém te pegue ao sair de casa? Talvez você nunca tenha tido esse receio, porque certamente não foi educado para se proteger disso.

      Bom, é isso. Obrigada pelo espaço, Papo Lendário.
      https://uploads.disquscdn.com/images/6c42ea0199c0cf37f577d80534446a3b6d31251739ff5f950328b6e115a5bce9.jpg

      1. Pri!! Que tenso sua história!

        Não sei nem o que dizer direito!

        Eu dou muito valor pra quando alguém, apesar de todo o problema e incomodo que passa, tem forças para descrever e falar sobre. Então agradeço demais teu comentário e tua coragem!

        1. Obrigada pela empatia, Leo. Foi a primeira vez que eu escrevi sobre isso para dizer a verdade. E senti um pouco de alívio em expor um pouco dessa rotina. Até hoje eu ainda tive muita sorte e não fui fisicamente atacada. Mas não é legal viver com isso todos os dias. Por outro lado, tento levar como um exercício e assim eu sigo em frente. Houve uma noite de terça-feira em que Às 21:30, 5 caras correram atrás de mim aqui dentro de casa enquanto eu terminava de colocar o carro na garagem, eu consegui correr pelo corredor e passar para o lado da casa do meu primo, segurar o portão e na gritaria entre eu, minha mãe e minha tia, eles desistiram do que pretendiam fazer e fugiram. E esse episódio destruiu a minha paz. Naquela semana eu ia à Expomusic na sexta e pensei muito se eu deveria ir ou não.

          Como eu estava em férias, não precisei sair de casa nos dias seguintes. Bom, eu decidi que aquele evento não poderia me tirar da coisa que eu tinha esperado o ano inteiro: ir na Expomusic. E nem de fazer o que eu gostava: sair com meu amigo e ver meus músicos favoritos em ação. Não querer ser ‘derrotada’, ser teimosa e talvez um pouco de ódio por precisar correr e não poder enfrentar aquilo, bom acho que de alguma forma, isso me deu forças para seguir em frente e continuar.

          Eu não tenho como me agarrar a uma crença, talvez nessas horas fosse útil dizer algo como “ganhei um livramento de Deus” ou “graças à virgem maria estou salva”. Não. Eu continuei pq a adrenalina ficou em pico, meus músculos explodiram em corrida e praticamente tudo que é de primitivo e animal apareceu e eu me pus a correr. Foi simplesmente biológico. E por isso mesmo, acho que pq eu sei que foi isso, eu tbm sei que tenho que seguir e não me deixar abater. :/

          Obrigada de novo, Papo Lendário!

      2. Isso daí que vc narrou é o dia-a-dia da maioria dos brasileiros, as mulheres não têm o monopólio do medo, todos os dias eu fico pensando que a qualquer momento alguém pode me dar um tiro por causa de um celular (79% das vítimas de latrocínio são homens)e de toda a sua história vc não foi (felizmente) estuprada, ou sequer tentaram (felizmente de novo), eu não posso falar que toda hora que um feiinho com bermuda da ciclone e camiseta do corinthians fica olhando pra mim eu fui assaltado. E não muda o fato de que a estatística é lida da forma errada sim e duplamente, por considerar toda denúncia uma verdade absoluta e por desconsiderar que esse número também engloba homens.

        1. Vou responder bem devagar, quem sabe vc possa entender, não é mesmo?
          1)” Isso daí que vc narrou é o dia-a-dia da maioria dos brasileiros, as mulheres não têm o monopólio do medo,”
          Resp.: Sim, é verdade, não temos o monopólio do medo, especialmente porque isso não existe. O ser humano sente medo e isso é um mecanismo biológico de defesa. Temos medo daquilo que pode nos exterminar, usando uma palavra bem direta, tememos aquilo que pode por fim à nossa existência, porque, caso você ainda não saiba, o ser humano é uma ‘maquininha de sobrevivência’. Claro que hoje não corremos risco de sermos pisoteados por mamutes ou sermos devorados por feras selvagens, não é mesmo? Não. Mas nosso mecanismo se ajusta, mesmo que não queiramos àquilo que pode nos fazer mal e de alguma forma por fim à nossa breve existência. No caso das mulheres, assalto é um dos medos, animais peçonhentos é outro e pasme, ser estuprada também é! Olha, que coisa, não? E sabe pq? Porque pessoas com atitudes e falta total de empatia como a sua são capazes de ‘exterminar’ uma pessoa. Vide os inúmeros casos de mulheres que acabam se suicidando após denunciar um estupro e serem ‘julgadas, difamadas, destruídas, agredidas’ por pessoas com pensamento similar ao seu. Entendeu ou preciso desenhar? Se for o caso, eu consigo, tá?

          2) ” todos os dias eu fico pensando que a qualquer momento alguém pode me dar um tiro por causa de um celular (79% das vítimas de latrocínio são homens)”
          Resp: É mesmo? Passa para mim de onde você tirou esses dados. De qual cidade estamos falando? De qual região? Você considera o Brasil inteiro, um estado, uma cidade, o mundo? QUAL o seu referêncial para tirar essa porcentagem. Sabe, eu trabalho com análise de dados e isso é o BÁSICO para qualquer análise. Então, show me the papers. Aguardo.

          3) “eu não posso falar que toda hora que um feiinho com bermuda da ciclone e camiseta do corinthians fica olhando pra mim eu fui assaltado. ”
          Resp: Vou te contar um segredo, mas não espalha: os estupros em sua maioria ocorrem pelos próprios familiares das vítimas e creio eu, envolvem torcedores de todos os times. Não apenas corinthianos. PS: Toma os dados do IPEA a respeito do assunto: http://ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=21849 (eu poderia colocar outros links, mas vamos considerar apenas o Brasil, né? )

          4) “E não muda o fato de que a estatística é lida da forma errada sim e duplamente, por considerar toda denúncia uma verdade absoluta e por desconsiderar que esse número também engloba homens.”
          Resp: então, cara, leia a resposta do Item 2 e depois o link do item 3. Estatística é uma ciência maravilhosa e recomendo que aprenda mais sobre ela antes de citá-la. Nota: não sou especialista em estatística, mas sei o suficiente para esfregar na cara de um ‘comentadorzinho zé ruela mequetrefe’ (sim, isso é falácia AD Hominem porque não estou com paciência para aturar retardado a essa hora da noite (ops, outro AD Hominem!), se não sabe o que é, olha no meu site que tenho ótimos posts a respeito disso).

          Papo Lendário, desculpem, mas entrei em modo #PrissPistola.

          Mas como diz um amigo meu: “sei que não tô respondendo esse imbecil, mas estou escrevendo para despertar curiosidade e até abrir os olhos de outras pessoas para que não pensem como ele”. É isso aí, mais um AD HOMINEM para tua cartelinha.

          1. 1) A falácia do apelo à emoção não vai funcionar comigo e de novo: vc não tem o monopólio do medo, vc não é um floquinho de neve especial melhor do que os outros, vivemos no mesmo país de merda submetidos a uma criminalidade que fica quase sempre impune, agora se vc falar da situação de merda.
            2) DHPP
            3) Eu tenho ciência desse argumento, inclusive que os casos de estupros de crianças têm, quase em 100% dos casos, familiares como suspeitos, conheço do assunto muito mais do que vc imagina. E daí?
            4) Falou pouco, mas falou merda e não contra-argumentou nada, as estatísticas falam sim em números de denúncias e não em números de condenações ou indiciamentos, eu nem entrei aqui pra discutir com feminazi que se descontrola tão fácil, tampouco espero outro tipo de argumentação que não seja o ad homimem ou o famoso apelo à falta “empatia” quando confrontada, só comentei pra mostrar que os dados foram usados de forma incorreta. E fazer toda uma argumentação baseada em uma estatística mal lida é muito errado, sei o suficiente de estatística pr saber que os números podem ser torturados pra falarem o que queremos ouvir.

            PS: “Ilustradora-viking-nerd” viking, viking pqp, VIKING caralio, VIKING porra, a própria dama do escudo…kkkkkk

          2. Pablo, li tudo o que vc escreveu e não tenho como acrescentar nada, vc foi explêndido. Vou me limitar apenas a responder ao Rodrigo em três posições que ele tentou me colocar: 1) Feminazi; 2) Floquinho de Neve e 3) Ridicularizar-me postando uma de minhas ‘bio’.

            Vamos lá, não tô afim de desenhar:

            1) Feminazi: Não sei de onde você tirou esse argumento, imagino que foi porque eu peguei numa ferida sua qualquer, não me importo em saber. Mas quero lhe dizer que nunca me filiei a nenhum grupo neonazista e que muito menos matei judeus ou cometi algum ato contra essa população. Pelo contrário, tive a oportunidade inédita e incrível de conhecer o Senhor Gabriel, nome brasileiro que ele adotou, um idoso sobrevivente dos campos de concentração nazista. Eu tomava lanche numa loja judaica que fica no Bom Retiro e como fazia cursinho alí perto, num local que durante o dia era, pasme, uma escola judaica, eu conversava muito sobre história com o balconista. E um dia ele nos apresentou. Era um senhor bem sisudo, que me contou em poucos minutos como foi perder a Família inteira durante a guerra, só restando-lhe ao final, ele mesmo e um tio que tinha conseguido fugir para os Estados Unidos. E quando ele ouviu dizer que o Brasil era um local de paz e segurança, veio morar aqui, onde fez família. E sim, caso esteja curioso, eu vi a tatuagem com os números e é algo assombroso: ver um ser humano marcado como gado. E isso me doeu o coração e a alma. Então, se eu sou feminazi ou ‘qualquer coisa nazi’, devo ser muito dissimulada. E isto não é falácia do apelo à emoção, é um fato que estou narrando. Simples assim. Como disse, tenho dois ótimos posts sobre falácia no meu site e você está novamente convidado a procurar.

            Sobre feminismo radical, não sou a favor do extermínio de bebês do sexo masculino. Sou a favor da igualdade, sabe o que isso significa? Que se eu for procurar um emprego e um homem a mesma vaga e ambos formos contratados, ganharemos um salário igual e teremos as mesmas condições iguais de subir na carreira. Para deixar num exemplo bem simples.

            Enfim, como você notou, não sou feminazi. E curiosamente o termo sempre me remete a uma caricatura de Hitler vestido de mulher e eu, definitivamente, não me pareço com ele. 😀

            2) Floquinho de neve: AHHHH, você usa um termo que o Cardoso ama usar, mas não entende como ele usa. Eu só posso rir de você e sentir pena. Coitado. Talvez você seja o Floquinho, não eu. Afinal, quanta energia você despendeu aqui para provar seu ponto e anular o meu ou do Pablo? Pelo que acompanho, é esse o modus operandi de um True Snow Flake. 😀

            3) Ridicularizar-me postando uma de minhas ‘bio’: Ahh, como diria Cumpadi Washington: “Sabe nada, inocente”!! Eu deixo minhas bios assim por um único motivo, detectar os stalkers e ver até onde ele pesquisam. E realmente é divertido quando vêm choramingar e tentar ridicularizar por uma mera bio, que sinceramente, não significa absolutamente nada a não ser um marcador.

            Mas eu gosto muito da minha bio do twitter ativo é essa aqui: “A mesma do podcast #SemFoco, da #rabisqueiradaPriss, aquela que fica postando gifs do Adam Driver na sua TL #mulherespodcasters #PrissPistola #ciência”

            Você pegou do Twitter desativado. Ou melhor, que está linkado ao Facebook. Olha aí, tá vendo como funciona? Eu já sei que você deu uma vasculhada para saber quem diabos eu sou, não é mesmo? Agradeço o interesse. Aproveito para dizer que tenho também: Podcast, canal no youtube, página no Facebook, email e também colaboro em podcast como pauteira. AHA! Tão aí, as informações. Ouça lá o meu podcast, talvez vc se divirta. OU Talvez vc vire um tema, nunca se sabe, não é mesmo?

            Enfim, a bio, nas redes sociais, é algo completamente irrelevante para mim, é uma brincadeira. A pessoa só vai me conhecer se conviver, conversar comigo. Estou nessa web desde 1999 e já vi muita gente passar por aqui antes de você e já vi muito trouxa cair em bio, e é uma delícia ver alguém como você, que se acha esperto, em pleno 2018 caindo feito patinho! Quack Quack Quack!

            Bom, é isso.

            Toma uns vikings aí para vc se divertir:
            https://uploads.disquscdn.com/images/0ef25d3bea7b85b3485abb3e3dc2e38e9d474b320cdac08baab7b9433e4f49fa.jpg

          3. Welcome to the internet baby! Você não teve capacidade argumentativa e me ofendeu primeiro, depois eu te ofendi, lance normal segue o jogo…
            Vc sabe que quando a pessoa fala feminazi está se referindo a uma feminista radical, não à literalmente uma feminista nazista. Nossa que moderada ela não é a favor do extermínio de bebês?! Parabéns!
            Quanto ao salário isso já acontece está na lei (nosso valoroso MP não permitiria isso nunca, se vc souber de um caso desses denuncie), esse “gender gap” é tão mito quanto a terra plana, de novo, não leia a manchete do jornal, vá atrás dos dados concretos, saiba ler a estatística e você verá que não existem pessoas em um mesmo cargo, com o mesmo tempo de serviço e o mesmo currículo em que o homem ganhe mais. Esses dados não levam em consideração, horas extras, o currículo da pessoa, trabalho insalubre ou noturno (realizado em sua enorme maioria por homens), quando esses dados são considerados a diferença é quase inexistente. Algumas pesquisas nem consideram os cargos, fazem a média simples do rendimento de homens e mulheres daí aparece a mitológica diferença de 23%.
            Nem sei quem é Cardoso, mas quando te chamo de snowflake é por você se achar única, meu argumento todo foi o contrário disso. Disse que estamos no mesmo país de merda sujeitos à mesma criminalidade, falei snowflake também por derreter fácil que nem aconteceu com você não precisou muito pra começar ofender. Eu me preocupo com essas “besteiras” por não aceitar esse tipo de informação, ainda mais de gente que se diz a favor do método científico, mas que se recusa a ler uma porcaria de uma estatística direito ou falha em noções primárias de interpretação de texto, repetindo que nem papagaios informações duvidosas que levam a leis inócuas, tipo a do feminicídio, cotas e quando a gente menos percebe está em uma ditadura Orwelliana, tipo o que está acontecendo com a Europa (suprimindo liberdades individuais). Na Espanha, por exemplo, uma simples denúncia de violência doméstica gera um auxílio do governo, no fim desse período, se fizer a denúncia de novo, ganha mais dinheiro sem precisa de nenhuma comprovação do ocorrido, óbvio que isso gera denúncias falsas, estatísticas infladas e pessoas desinformadas falando que existem não sei quantos casos de violência doméstica e precisamos de mais leis mais duras para coibir isso. Aqui no Brasil, MUITOS advogados recomendam que mulheres denunciem os maridos por violência doméstica (que vai desde uma injúria até uma lesão corporal) para pedir medidas protetivas e conseguir ficar com o imóvel mais rapidamente e uma negociação melhor na hora do divórcio, chegando até à chantagem de não representar criminalmente caso faça um acordo melhor, daí sai no jornal que 25 bilhões de mulheres apanham dos maridos por segundo no Brasil. Se uma pessoa fala que a terra é plana é ridicularizada e tem muitas dificuldades em conseguir captar dinheiro, mas existem cientistas falando que o livro Principia do Newton é literalmente “a rape manual” ou ainda, a equação e=mc² é sexista por privilegiar a luz em detrimento das outras velocidades, isso não é brincadeira, mas se um cientista duvida das teorias queer é tratado como um leproso.
            Sua bio eu consegui simplesmente clicando na foto do disqus e apareceu essa informação, não precisei ir muito longe não, parece que você tem uma maniazinha de perseguição pelo que vimos até agora, desde os maloqueiros que ficam te encarando até achar que eu ia perder tempo pesquisando algo sobre você.
            Enfim esse papo tá se alongando demais, o cerne da minha argumentação, não foi sequer arguida, o que dirá refutada, isso daqui parece uma conversa de bêbado com delegado.

          4. Pri, agradeço seu esforço! Mas o Rodrigo está nos fazendo um favor enorme!
            Perceba que o tema do episódio em questão não é estupro ou violência contra mulher, mas sim Os Silêncios, criaturas da ficção que ilustram um medo muito real que é o esquecimento, não só o medo de eu me esquecer mas o de ser esquecido. E uma forma de compreender isso é o esquecimento através do silenciamento.
            TODOS os argumentos e posturas do Rodrigo são posições de Silenciamento. Posso pegar – se tivesse a paciência que você teve – e mostrar como cada uma de suas falas, por mais coerentes e logicamente construídas que sejam, servem a um propósito: o silenciamento da vítima. O próprio argumento principal dele de “existem denúncias falsas” serve a esse propósito, o de literalmente silenciar quem denuncia, pois sempre serão questionadas, não importa se a denúncia é falsa ou não. Mas ele esquece que, em nosso sistema legal, o ônus está sempre sobre a acusação, a defesa pode simplesmente falar “não fiz” e não precisa fazer mais nada, mas a acusação precisa produzir evidências, caso contrário, sua denúncia sem evidências não serve de nada. Ou seja, na vida real, querer argumentar a respeito de denuncias falas de estupro não é querer mostrar a importância das evidências, mas sim levantar dúvidas e silenciar quem denuncia. Gritar “denúncia falsa” é a mesma coisa que querer “prova negativa”, ou seja, querer provar que algo não existe, pois é praticamente impossível provar que alguém não fez alguma coisa (ou seja, seria provar uma negativa). Esse é um tipo de retórica muito sutil e complicada de se perceber.
            O que ele está tentando fazer é unicamente silenciar as denúncias, tática essa inclusive que eu citem “en passant” quando descrevi a tática de esquecimento usado por Harvey Weinstein: ele assediava (e algumas chegou a estuprar) e depois espalhava para a indústria que tais mulheres eram difíceis de se conviver ou que elas iriam causar problema se fossem contratadas. Isso diminuiu a credibilidade dessas mulheres que, se tivessem gritado na época a acusação contra Weinstein teriam sido ignoradas por seus colegas que tinham acreditado no produtor. Isso é uma forma de Gaslighting. O argumento das denúncias falsas tem exatamente o mesmo efeito de descreditar qualquer denúncia de assédio, pois elas são falsas, não?
            E quanto mais ele fala – e ainda chegando a te acusar de “feminazi” (o que eu acho bastante irônico sempre que vejo alguém dizendo isso) – mais ele mostra o quanto ele faz isso, o quanto ele é parte do problema e o quanto ele está, de fato, servindo para silenciar a violência vivida por tanta gente. E com isso vemos que os psicófagos – ou seja, criaturas sem rosto – aparecem em todo lugar e pode ser qualquer pessoa. Percebeu que ele nem usa foto do rosto no gravatar dele?
            O que ele demonstra é uma completa e total falta de empatia. E você sabe bem quem é que não tem empatia, né?
            Abraços, Pri! E sinta-se à vontade para falar o que quiser por aqui! A casa é sua também!

          5. Pablo, parece que ele apagou a resposta, mas eu recebi uma cópia no email, vou ler quando estiver descansada. Cheguei agora pouco em casa devido às chuvas de SP hoje. Tbm vou ler seu comentário direito depois, li meio por cima e pelo cansaço, sequer peguei a ideia geral. Abraços e obrigada!

          6. Olá, eu que controlo os comentários, não apaguei nenhum, pode ter ocorrido algum bug, o que parece não ser primeira vez. Aos envolvidos na conversa, caso isso ocorra novamente, conversem comigo, pois todos os comentários ficam guardados em meu e-mail. Obrigado.

          7. Eu respondi o comentário do Pablo ontem e “sumiu” de novo, desisto, o que eu tinha pra falar já foi dito e como vc tem o comentário no email, se quiser mostra pra ele.

          8. Ok
            Tenho o comentario nos emails. Vou coloca-lo aqui. Por ser segunda vez da mesma pessoa e no mesmo post, fica de olho na sua conta so disqus. Mas fica tranquilo que logo mais coloco ele aqui

          9. Segue comentário que eu havia feito, mas havia sumido (com uma complementação):
            Eu tentei silenciar alguém? Acho que essa é a tentativa de vocês, que quando ouvem um argumento contrário vêm com essas chavões pós-modernistas, não sei como não falaram em sororidade, lugar de fala e etc… Silenciamento é ficar pedindo por safe spaces na internet se vocês querem ouvir somente argumentos favoráveis não postem na internet.
            “mas a acusação precisa produzir evidências, caso contrário, sua denúncia sem evidências não serve de nada”
            Eu conheço um, pouquinho sobre direito penal e posso te falar que seu argumento não se aplica no caso de uma acusação de estupro: o simples indiciamento já ferrar a vida de uma pessoa, somente o caso Escola Base desmonta esse seu argumento, posso te garantir que nesses casos, a Justiça costumar ser menos rígida na exigência de provas isso eu já vi acontecer mais de uma vez, inclusive com decisão referencial dando maior valoração da palavra da vítima em casos de estupro (para outros crimes não vale).
            “Gritar “denúncia falsa” é a mesma coisa que querer “prova negativa”, ou seja, querer provar que algo não existe, pois é praticamente impossível provar que alguém não fez alguma coisa (ou seja, seria provar uma negativa)”
            Engraçado que aí o principio básico no código penal da não culpabilidade não vale, só pra esses crimes. É bem fácil provar que algo não aconteceu, existe algo chamado perícia criminal, já ouviu falar? Eu já vi exemplo de uma pessoa que precisava de advogado para a neta que estava ameaçada pela criminalidade por ter acusado o marido de ter estuprado a filha, os bandidos pediram pra ela fazer BO, sim, os BANDIDOS pediram pra fazer o BO pra poder ter o laudo do perito que, pasme, provou que a menina era virgem (teve o laudo psicológico também), e como a mulher acusou o marido de ter penetrando a menina no BO, e como a bandidagem pouco se importa com Estado de direito, foi jurada de morte após a “investigação”, eu não mexo com criminal não sei o que aconteceu com a mulher, só fico com pena das crianças, a avó cuidava dos dois pq a mãe era viciada. Eu tenho algumas outras histórias do mesmo naipe se você quiser ouvir. O meu ponto é que a apuração desses crimes deve ser feita com extremo rigor e cautela, os crimes contra a dignidade sexual inclusive, são apurados e julgados, via de regra, com segredo de Justiça.
            “O que ele está tentando fazer é unicamente silenciar as denúncias, tática essa inclusive que eu citem “en passant” quando descrevi a tática de esquecimento usado por Harvey Weinstein: ele assediava (e algumas chegou a estuprar) e depois espalhava para a indústria que tais mulheres eram difíceis de se conviver ou que elas iriam causar problema se fossem contratadas. Isso diminuiu a credibilidade dessas mulheres que, se tivessem gritado na época a acusação contra Weinstein teriam sido ignoradas por seus colegas que tinham acreditado no produtor. O argumento das denúncias falsas tem exatamente o mesmo efeito de descreditar qualquer denúncia de assédio, pois elas são falsas, não?”
            Novamente a questão toda não é sobre acreditar ou desacreditar, vocês falam tanto em método científico, é disso que estou falando não se “acredita” ou “desacredita” de primeira do que as pessoas falam isso é pedir muito o que vocês propõe é muito parecido com a Inquisição, o certo é partir das provas para chegar a uma conclusão e não começar da conclusão. Bom vc ter citado o caso Weinstein,(entre os colegas que sabiam está a hipócrita Oprah que agora fala contra o assédio) o que começou como algo que parecia legítimo virou uma caça às bruxas, não se podia duvidar da palavra das mulheres e até feministos entraram na dança: George Takey e o Aziz Ansari, duas histórias bem difíceis de acreditar, uma delas veio de um homem, Até algumas feministas radicais começaram a achar que o negócio estava indo longe demais. Devemos mesmo acreditar sem reservas no que qualquer vítima fale?
            “O que ele demonstra é uma completa e total falta de empatia. E você sabe bem quem é que não tem empatia, né?”
            Se a verdade machuca seus sentimentos eu sinto muito, eu tenho empatia pelas vítimas de verdade, não por mimizentos.
            Vc quer uma foto minha? Eu te mando se esse for o problema…

          10. Quer saber por que isso que vc faz é tática de silenciamento? Porque você não está levando em consideração os dados apresentados e quer mudar o foco para outro assunto, mesmo que relacionado. Existem os dados de que a cada 11 minutos ocorre um estupro – mesmo que esse crime seja subnotificado. E existem outros dados que revelam denúncias falsas de estupro. O seu silenciamento entra quando vc pega o dado que não está sendo discutido para minimizar ou relativizar a gravidade e importância do primeiro dado. Seria como dizer: “Um meteoro está vindo em direção à Terra e muita gente vai morrer” e vc complementar com “Mas nem todos os meteoros que entram na atmosfera da terra chegam à superfície: a maioria é vaporizada na entrada.” Esse complemento diminui a gravidade do primeiro fato, o que é uma forma sim de silenciamento. Isso, principalmente levando-se em consideração um crime que já é sub-notificado, e diante desse silenciamento, isso só favorece que menos estupros sejam notificados justamente pela dificuldade de se levar uma denúncia dessas à sério. Uma outra forma de silenciar é criando um espantalho do argumento, quando vc diz “Devemos mesmo acreditar sem reservas no que qualquer vítima fale?” Em momento algum qualquer pessoa aqui além de você trouxe essa posição de “acreditar sem reservas”. E quando se coloca isso, da forma como você faz, você cria um espantalho. Levantamos o dado de que a cada 11 minutos há um estupro no Brasil. E você cria o espantalho de que o que foi dito é que devemos acreditar sem reservas em todas as denúncias de estupro feitas. Dessa forma, o foco passa ser sobre o espantalho, não sobre o argumento principal. Assim, o argumento principal fica, novamente, silenciado.

            Outra forma de silenciamento é o chamado Gaslighting que vc insiste em praticar. Chamar de “mimizentos”, “se vocês querem ouvir somente argumentos favoráveis não postem na internet”, “feminazi”, “vc não é um floquinho de neve especial melhor do que os outros”, etc é uma forma de diminuir não só a credibilidade do interlocutor mas fazer com que seu interlocutor perca a credibilidade sobre si mesmo, efetivamente silenciando-o. Posições assim não ajudam em discussão nenhuma pois não tratam do argumento em questão. Posições assim são pura e simplesmente ataques pessoais. E em se tratando do tema do assédio, estupro e violência sistêmica, essa prática é uma das mais usadas como forma de silenciar as vítimas reais de violência, aqui praticadas com o mesmo fim. Quem sofre o Gaslighting não fala sobre seu problema pois questiona se de fato o que vive é real – e você repetir que as estatísticas aqui apresentadas são falsas (porque você tem estatísticas diferentes sobre outra realidade diferente sobre o mesmo tema) é uma forma de fazer isso, de questionar a realidade do interlocutor. É uma das formas mais cruéis e perversas de manipulação e violência psicológica. Infelizmente, a prática acabou se tornando campo comum nas discussões virtuais, e abrandamos isso chamando apenas de “argumento ad hominem” ou apenas de “ataque pessoal”. Mas nas relações íntimas, isso recebe o nome de agressão psicológica, especificamente Gaslighting. E isso não tem nada a ver com “machucar os sentimentos”, mas apenas com o resultados reais de ações reais.

            Táticas de silenciamento existem e são mais comuns do que queremos aceitar. Banalizamos o silenciamento tratando como “preciso mostrar que eu estou certo e o outro está errado”. Uma pessoa contar sua história de medo e sofrimento é apenas isso: uma pessoa contar sua história. Isso não muda em nada nenhum dos dados apresentados, nem o original nem o seu outro dado novo. Querer tirar o foco sobre essas questões jogando sobre outras é querer silenciar, é perpetuar as táticas de silenciamento social denunciadas neste episódio do HUDA. E você nos está presenteando com exemplos práticos e bem atuais disso. E, como não sou à favor de silenciamentos, você pode falar o que mais quiser, mas também será lembrado disso todas as vezes que fizer isso aqui.

          11. Sim, vc falou muito bem: minha empatia é seletiva, não tenho empatia por todos e duvido que vc a tenha, principalmente por quem mente sobre algo tão grave.
            Todo o meu argumento começou nessa estatística lida da forma errada e estou me baseando na premissa que não devemos acreditar cegamente em tudo o que as pessoas falam. E, De novo, mas mais devagar dessa vez:
            1 – A cada 11 minutos é NOTIFICADO um caso de estupro no Brasil, esse é o dado, quer vc goste ou não (não só mulheres inclusas).
            2 – As pessoas podem mentir sobre um caso de estupro, ou será que isso é impossível? Mostre esses outros dados, pfv. Eu vi que as condenações são 3.5X menores do que o número de denúncias, mas não posso usar esse argumento a meu favor, pois os dados não separam prisões preventivas de definitivas, ou ainda, das denúncias que não foram representadas (não pode haver processo se a vítima não representar). Acho que no final esse número cai ainda mais. Existe outro fator que você talvez não saiba, antes havia mais tipos penais para crimes contra a dignidade sexual, mas alguns foram revogados e meio que entram todos na mesma estatística, antes somente uma mulher poderia ser estuprada e nunca a estupradora, mas isso mudou, agora um homem também pode estuprado por uma mulher inclusive (já teve gente falando que se a mulher der viagra sem o cara saber é estupro), antes era mais fácil ter uma noção do número de casos agora a tipificação está muito abrangente.

            Quem está criando o espantalho é você Pablo, você criou o espantalho do “silenciador” e só bate nele deixando os argumentos pra lá. Parece que você quer me silenciar, usando essas táticas pós-modernas, estou até decepcionado por vc não ter falado até agora que sou “omi-cis-hétero” (branco eu não sou), você só está usando apelo à emoção, em que momento eu falei algo sobre as silenciar alguém? Em nenhum momento, muito pelo contrário tem que denunciar sim, poderia ser até a minha esposa a vítima de um crime assim, só não acho que devemos ter reservas quando alguém faz uma denúncia que geram consequências tão graves. Obviamente o policial não pode falar na cara da vítima que ela está mentindo, mas ficar se ficar apurado que a pessoa mentiu tem que responder criminalmente e civilmente pelo que falou, bem simples. Nada do que estou falando é novidade. Novamente: internet não é um “safe space” em que vc fala tudo o que quer e tem que ser ouvido sem ressalvas (não estou achando ruim em ser contra-argumentado, acho isso bastante saudável, já mudei minha opinião por conta disso), pelo menos por enquanto não, mas acho que o PC, logo mais, vai silenciar de verdade as pessoas como já está fazendo, Quanto às ofensas, parece que só as minhas foram dignas de nota, a da amiga de vocês é ok né? Mesmo ela tendo começado eu só respondi, relaxa ela é viking eu acho que ela aguenta, já que não sou um fodendo viking ninguém tem dó…

            “Mas nem todos os meteoros que entram na atmosfera da terra chegam à superfície: a maioria é vaporizada na entrada.”
            Pra mim tão grave quanto o estupro seria a pessoa mentir sobre ser estuprada pq o dolo da pessoa que faz isso é dos piores, o acusador sabe qual é o destino de alguém que estupra: é a morte ou outros piores. Em nenhum momento vc achou isso relevante, parece que isso é um efeito colateral aceitável, visto que “a cada 11 minutos uma pessoa é ESTUPRADA no Brasil”, algumas pessoas irem para a cadeia ou morrerem seria algo aceitável. Tudo o que eu falei sobre as consequências das falsas acusações foi ignorado, novamente lembre-se do caso escola base, no final era uma acusação falsa, teve tudo que eu falei até agora, a vida do casal foi destruída eles nunca mais tiveram escola e perderam quase tudo o que tinham, seria desarrazoado da minha parte achar que deveriam apurar primeiro antes de a imprensa sair falando que a “Kombi era um motel”? Eu morava no estado de São Paulo na época e me lembro do caso. As consequências desse caso foram escabrosas, olha esse link: http://justificando.cartacapital.com.br/2014/12/10/da-serie-julgamentos-historicos-escola-base-a-condenacao-que-nao-veio-pelo-judiciario/

            Peguei essa opinião do Luís Nassif que fala mais ou menos o que quero dizer (mas ele escreve melhor obviamente) na reportagem que citei acima:
            “Bom, hoje eu não vou falar de economia, vou falar de um assunto que me deixa doente. Toda a imprensa está há uma semana denunciando donos de escola que presumivelmente teriam cometido abuso sexual contra crianças de quatro anos. Toda a cobertura se funda em opinião da polícia. Está havendo um massacre. Mais que isso, está havendo um linchamento. Se eles forem culpados, não é mais que merecido. E se não forem? Uma leitura exaustiva de todos os jornais mostra o seguinte: não há até agora nenhuma prova conclusiva de que a criança foi violentada por adulto. Não há nenhuma prova conclusiva contra as pessoas que estão sendo acusadas. Tem-se apenas a opinião de policiais que ganharam notoriedade com denúncias e, se eventualmente se descobrir que as denúncias são falsas, vão ter muita dificuldade de admitir. Por isso, a melhor fonte não é a polícia, neste momento. A imprensa deve as pessoas que estão sendo massacradas, no mínimo, um direito de defesa, de procurar versões fora da polícia. Repito: é possível que as pessoas sejam culpadas. Mas é possível que sejam inocentes. E se forem inocentes?”

            Vou falar de novo e pela última vez: só acho que não podemos acreditar em tudo o que uma pessoa fala sem reservas e pensava que essa era uma premissa de vocês, vi que o portal tem um podcast sobre ciência, nunca escutei e acho que nem vou escutar, mas acho que lá vocês não ouvem um ufólogo e consideram tudo o que ele fala como uma verdade absoluta. Não tem nada de silenciamento é só a minha opinião se alguns não concordam paciência, não precisam silenciar-se eu gosto de um bom debate, eu até entendo o seu ponto Pablo, mas eu te dou uma dica que pode ser muito valiosa para o seu aprendizado de psicólogo: tente fazer um acompanhamento em lugares onde as vítimas de estupro estão, converse com alguns colegas seus que trabalhem em um hospital que acompanha essas vítimas. Isso pq quem me falou a primeira vez, há muitos anos, que a maioria das acusações de estupros é falsa, foi uma psicóloga do hospital Pérola Byington e posso dizer que ela tinha bastante experiência na área.

          12. Quer ver a posição, como psicólogo? Eu atendo várias vítimas de estupro e lido com isso todos os dias. A minha estatística pessoal é que 100% das pacientes mulheres que atendo ou atendi são ou foram vítimas de alguma forma de violência doméstica, seja sexual, financeira ou psicológica, perpetrada não só por homens, como também por mulheres, muitas vezes a própria mãe da paciente ou outra pessoa de confiança.

            A questão nem é essa. A questão é simplesmente que a forma como você age, a insistência sobre as denúncias falsas e o fato de você ignorar o fato da subnotificação dos estupros, querendo mudar o foco do argumento é sim uma forma de silenciamento, quer você queira quer não. Você pode não ter ativamente dito “cala a boca”, mas seus atos têm consequências que você não vê. E a principal delas é sim silenciar a vítima de agressão ao negar a afirmação – e não ceticamente duvidar, e pra saber a diferença recomendo que você ouça o Papo Cético. Mas basicamente, ao duvidar, nos colocamos abertos para a possibilidade e buscamos evidências para confirmar a afirmação. Essa é a dúvida cética. O que você está fazendo e chamando de “dúvida” é a negação da afirmação pura e simples. Ao dizer que existem estupros a cada 11 minutos e você negar que não são estupros, mas denúncias e que a maioria das denúncias são falsas (e você ignora os índices de subnotificação, ou seja, se de fato ocorrem denúncias a cada 11 minutos e 30% dos estupros são notificados, então os casos reais de estupro são muito maiores!), você está negando o estupro que acontece, mascarando a negação como questionamento. Perceba que existe a diferença de “Você acusou de estupro, então vamos investigar pra ver se e como aconteceu” e “Você acusou de estupro, mas tem certeza que aconteceu estupro mesmo? Você tem certeza que quer prosseguir com a denúncia e estragar pra sempre a vida desse homem que pode ser inocente?” A primeira posição é a do cético, a segunda é a do cínico. O cético questiona e abre-se para as possibilidades, sejam elas positivas ou não. O cínico questiona e fecha-se para as possibilidades, criando muitas vezes afirmações que negam sua antítese. Se você quer questionar, ser cético e científico, você precisa estar aberto para as possibilidades e em cima delas realizar seus testes. Cientificamente você não deve partir dos vieses confirmatórios – buscando apenas evidências que confirmem o que você já acredita e até criar ou usar uma página que lista as denúncias falsas de estupro pra usar como arma de negação dos casos reais – , mas devemos partir das hipóteses e nesse caso das denúncias, você deve partir da hipótese de ela ser verdadeira, para então tentar falsear a hipótese, ou seja, se perguntar o que poderia acontecer se a denúncia for falsa e tentar encontrar essas evidências. Ao falhar na tentativa, mantemos a afirmação. Nos casos que ilustrei no episódio – pegando como exemplo o Harvey Weinstein – durante muito tempo suas denúncias não foram levadas à sério. Até que um número considerável de denúncias foi feito e evidências começaram a corroborar os relatos e só então as consequências começaram a cair. Cheguei até a apontar como muitas denúncias – inclusive denúncias documentadas, como no caso de Johnny Depp e Cassey Affleck – os acusados continuaram com suas vidas sem problema algum. Isso serve para ilustrar como os critérios de corroboração acontecem.

            Como psicólogo, principalmente, sei que – independente se for verdade ou não – sei que a primeira coisa que preciso fazer é a aceitação incondicional do relato. Não sou policial e não farei inquéritos com o estuprador – nem quero enfrentá-lo. Quero apenas acolher a vítima e dar todo e qualquer apoio necessário. Só que se eu chego já com a sua postura de afirmar categoricamente que a maioria das denúncias são falsas, eu não estarei acolhendo seu sofrimento, não estarei acolhendo a pessoa. Se eventualmente ela confessar que ela mentiu, estarei trabalhando com isso também – mas na minha experiência, desses 100% de casos de violência com que trabalho e trabalhei, nenhum deles foi mentira. Na verdade, em vários a pessoa nem sabia que estava sendo vítima de violência até ser tarde demais. Depois de meses e meses de trabalho a pessoa conseguia admitir que durante todo esse tempo ela estava sendo vítima de violência – principalmente psicológica – como Gaslighting, por exemplo. Uma até, depois de vender boa parte de sua propriedade, reconheceu que estava sendo vítima de extorsão e violência financeira, quando o sujeito em questão simplesmente sumiu e nunca mais apareceu pra dar satisfação.

            E como psicólogo, eu te dou uma dica que pode ser muito valiosa para o seu aprendizado como ser humano: aprenda a reconhecer quando um debate versa sobre temas de violência e sofrimento e aprenda sim a ser empático principalmente com quem você não quer. Clinicamente, quem não tem empatia é o psicopata – mas essas condições clínicas são obviamente mais graves, porém, esse sintoma pode ser funcionalmente aprendido. Não aprenda com os psicopatas como ignorar o sofrimento das pessoas, em busca “da verdade”. Aprenda com os seres humanos como acolher seus semelhantes e, a partir disso, reconhecer as relações de verdade que são construídas. Se você quer se basear na ciência, saiba que não existe nenhuma verdade absoluta e que as nossas posições não podem partir de afirmações que são ou verdadeiras ou falsas, mas sim que são provisoriamente verdadeiras ou falsas e que sempre devemos estar abertos para investigar e aceitar novas evidências, nem que seja de um ufólogo.
            Inclusive, recomendo os episódios que estão disponíveis aqui com entrevistas com o ufólogo Carlos Alberto Machado onde questionamos e investigamos relatos de OVNIs e outros assuntos do insólito, não com o objetivo de desbancar ou desprovar, mas sim para conhecermos diferentes evidências e fenômenos que talvez não estejamos tão acostumados a encontrar naturalmente.

            E, finalmente, como o autor do texto do episódio, saiba que ele foi construído não como um compêndio de fatos – por mais que ele tenha sido construído propositalmente sobre fatos. O texto foi construído com o objetivo de refletir sobre o terror que vivemos nas nossas cidades e vidas e, como a Priscila tentou mostrar, esse terror é bastante real – por mais que você não quisesse aceitá-la, diminuindo sua fala como sendo de um “floquinho de neve especial que não tem monopólio sobre o medo”. A fantasia realmente é aterrorizante, por mais que a realidade possa ser muito pior. Recomendo também ver as fontes listadas no post para ver de onde tirei as informações do texto.

          13. Acho que 100% de todas as pessoas da terra já foram vítimas de algum desses tipos de violência, e a questão não é sobre violência doméstica. A pessoa que me alertou primeiro sobre essas denúncias falsas trabalhou quase que exclusivamente com vítimas de violência sexual e já teve juíza, que só lida com isso, falando a mesma coisa.
            De novo, pela milésima vez, em caps agora ver se você entende: EU NÃO ESTOU FALANDO QUE TEM QUE SILENCIAR VÍTIMA NENHUMA, NEM QUE SE DEVE FALAR PARA UMA VÍTIMA QUE ELA ESTÁ MENTINDO, ISSO SÓ DEVE ACONTECER SE FICAR APURADO QUE HOUVE UMA DENÚNCIA FALSA, COM UMA PENA GIGANTE PARA A PESSOA QUE FIZER ISSO. Não sou eu que estou negando Pablo, a estatística fala que são 11 NOTIFICAÇÕES a cada 11 minutos, foi a porcaria da imprensa que veio com a manchete que você reproduziu, juro que não vou falar isso de novo pq já está cansando. Segue o que está escrito no anuário da Segurança Pública: “ Os dados informados correspondem ao volume de ocorrências policiais registradas.” Tampouco estou dizendo que não ocorre NENHUM caso de estupro no país.

            “Você acusou de estupro, mas tem certeza que aconteceu estupro mesmo? Você tem certeza que quer prosseguir com a denúncia e estragar pra sempre a vida desse homem que pode ser inocente?”
            Pablo, que cazzo de momento eu falei algo do tipo, parece que você não leu o meu comentário, eu disse anteriormente:
            ‘Obviamente o policial não pode falar na cara da vítima que ela está mentindo, mas ficar se ficar apurado que a pessoa mentiu tem que responder criminalmente e civilmente pelo que falou, bem simples.”

            “O cínico questiona e fecha-se para as possibilidades, criando muitas vezes afirmações que negam sua antítese. Se você quer questionar, ser cético e científico, você precisa estar aberto para as possibilidades e em cima delas realizar seus testes”
            Isso é pra mim ou para você? Quem está falando em empatia, em usar sentimentalismo, que as pessoas não mentem é você, eu não acho isso nada científico.

            Eu não conheço ninguém que é 100% empático com todos, eu nunca seria empático com um político corrupto ou um latrocida por exemplo. Diagnostique isso como quiser, o seu espantalho ficaria mais completo assim.
            Sobre os casos de assédio nos EUA saiu hoje um artigo no Estado que falou o que quero dizer e que você está ignorando: http://cultura.estadao.com.br/blogs/estado-da-arte/woody-allen/

            “Como psicólogo, principalmente, sei que – independente se for verdade ou não – sei que a primeira coisa que preciso fazer é a aceitação incondicional do relato.”
            O policial não pode fazer isso Pablo, ainda bem que você não é policial, existe um negócio na CF chamada de presunção de inocência, isso é o pilar principal do direito criminal, o policial não pode aceitar incondicionalmente um relato. Está em inglês, mas ilustra o que acabei de falar: https://www.theglobeandmail.com/news/toronto/decision-expected-in-trial-of-three-toronto-officers-accused-of-sexual-assault/article35918734/
            Um dos últimos lugares a aceitar depoimentos incondicionalmente foi a Santa Inquisição, onde uma pessoa denunciava o vizinho e a pessoa era morta sem chance de defesa, o que o policial não pode fazer (com nenhum tipo de vítima) é duvidar na cara da pessoa. Eu estou falando com você, sobre achar que a maioria das acusações são falsas, em uma página da internet, nunca cheguei para uma vítima de estupro e falei você está mentindo.
            E as vítimas de falsa acusação? Elas não existem? Vai silenciá-las também? Você leu o que postei sobre a Escola Base? E a empatia com elas? A polícia aceitou incondicionalmente o depoimento das vítimas como você sugeriu Pablo e deu no que deu, não dá mais pra recuperar a vida daquela família, e se a polícia tivesse feito o trabalho rapidamente e de maneira reservada e a imprensa não agisse como o próprio Torquemada, será que daria esse alvoroço todo?
            É o que estou defendendo, devo ser louco mesmo…

            Desculpa Pablo, mas os seus programas eu não escuto mais é sempre algo do tipo, estou dando um tempo com Podcasts desse tipo, mas vou continuar escutando os episódios normais que me interessarem, principalmente sobre mitologia mesmo, que foi o que me trouxe ao podcast. Essa vai ser minha última resposta para você, sobre o assunto, eu só fico repetindo a toda hora a mesma coisa e você fala algo que eu não disse, se outra pessoa entrar na discussão eu até posso responder, mas pra você eu já disse tudo o que tinha pra dizer. Encerro com uma citação sua, dizendo que não existe verdade absoluta:
            “Se você quer se basear na ciência, saiba que não existe nenhuma verdade absoluta e que as nossas posições não podem partir de afirmações que são ou verdadeiras ou falsas, mas sim que são provisoriamente verdadeiras ou falsas e que sempre devemos estar abertos para investigar e aceitar novas evidências, nem que seja de um ufólogo”

  4. Nilda Alcarinquë

    Olá!
    Demorei pra vir comentar aqui porque este episódio se revelou muito difícil de ser ouvido mais de uma vez, como normalmente faço com o Horrores Urbanos.
    Só tenho a agradecer a você Pablo por ter dado este enfoque ao episódio. Muito obrigada mesmo.

    E o que me fez finalmente comentar foi esta matéria sobre o julgamento do médico que abusou, por anos, de ginastas femininas nos EUA. Foram anos em que pais e dirigentes se comportaram como se as queixas de suas filhas, a maioria crianças, fosem coisas inventadas. Afinal, porque deixar que crianças manchassem a reputação de um médico famoso na área?
    Ninguém escutando o que diziam, se comportando como se elas fossem O Silêncio de Doutor Who.
    E muitas delas foram convencidas de que os abusos não eram abusos, de que era normal passar por aquilo, que o importante eram as medalhas que poderiam ganhar. Só agora o grande silêncio caiu sobre as falas delas foi rompido. E ainda há quem tente abafar o barulho que este rompimento está causando.

    Abraços

    Aqui o link da matéria:
    https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/26/internacional/1516971445_612553.html

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