Sobre o Céu — Entre o Mito e a Ciência: Terra

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O Mito

Gaia é a personificação da Terra. Sozinha ela deu origem a Urano (o céu), Ponto (o mar) e todas as montanhas. Ao unir-se com Urano, a divina Gaia gera os Titãs Oceano, Hyperion, Crio, Coio, Jápeto e Cronos. Também de Gaia nascem as Titânides Teia, Tétis, Têmis, Rea, Febe e Mnemosine. Logo em seguida surgem os Cíclopes e, finalmente, os Hecatônquiros, os gigantes de cem braços e cinquenta cabeças.

Todos essas divindades odiavam o perverso Urano que os forçou a viver em confinamento no ventre da mãe. Como Gaia era a própria Terra, seu ventre era o Tártaro, o lugar mais sombrio das profundezas. Agonizante em dor e desejando livrar seus filhos do cárcere, a Terra convoca-os a atacarem Urano, mas somente Cronos aceita a missão e, com uma foice dada por sua mãe, decepa os testículos do pai, fazendo jorrar o sangue que fecunda Gaia e origina as Fúrias, os Gigantes e as Ninfas das árvores.

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Cronos assume o poder e torna-se um tirano igual ao pai, prendendo seus irmãos no Tártaro. Gaia ajuda Rea, esposa e irmã de Cronus que lhe devora os filhos impiedosamente logo que nascem. O medo de Cronos era ter o mesmo destino de seu pai Urano. De sua relação amorosa com Pontos nasceram Fórcis, Ceto, Taumas e Euríbia.

Em outra fase da lenda, Gaia deixa de ser a mãe geradora dos monstros do início do mundo e tem sua identidade associada a Deméter. Gaia, a Terra, também está ligada aos oráculos que antecederam ao deus Apolo.

O culto a Gaia remete a um período muito remoto que foi substituído com o o tempo à veneração dos deuses do Olimpo.

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A Ciência

Terceiro astro a partir do Sol, a Terra é o único planeta onde comprovadamente existe vida. Por causa de privilegiada posição em relação ao Sol, nosso planeta registra temperaturas adequadas à sustentação da vida nas mais variadas formas, tamanhos e espécies.

Em sua distância mais próxima ao Sol, no periélio, a Terra se aproxima a 147 milhões de km e em sua posição mais distante, no afélio, o afastamento atinge os 152,5 milhões de km. A rotação, um dia inteiro, é de 23 horas, 56 minutos e 4 segundos. A Terra é mais achatada no pólos e por isso existe uma diferença entre a circunferência da linha do equador e a circunferência entre os pólos da ordem de 21 km. E o seu diâmetro completo foi medido em 12.756 km.

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A espessura entre a crosta continental e a oceânica varia de 5 km e 65 km, e abaixo destas está o manto que ocupa 80% de seu volume total e desce a uma profundidade de 2.900 km. O manto é uma fornalha de rocha pastosa e líquida em perpétuo movimento que mantém o planeta vivo. Abaixo de nossos pés existe um mundo fervente composto de materiais fundidos que vez ou outra extravasam para a superfície em estado de lava fluida.

Essa agitação magmática de fluxo planetário movimenta a litosfera, as placas que formam a cobertura rochosa da Terra. A esse lento deslocamento que faz a capa continental e oceânica deslizar, dá-se o nome de deriva continental. Placas de diversos tamanhos e formatos, algumas tão grandes quanto continentes, encaixadas como um gigantesco quebra-cabeças afastam-se ou chocam-se entre si, produzindo efeitos geológicos que modificam constantemente o relevo do planeta com abalos sísmicos, derramamento vulcânico e subducções de proporções inimagináveis. Assim, porções colossais de terras se separam dando origem a oceanos, outras colidem com tamanha energia que fazem surgir extraordinárias cordilheiras que chegam a ultrapassar os oito km de altitude. Porém, todo esse movimento de deriva é tão lento que chega a ser imperceptível aos olhos humanos. Décadas ou mesmo séculos não representam nada para que o relevo sofra alterações consideráveis em sua aparência.

A água, elemento fundamental à vida na forma que conhecemos está concentrada, principalmente, nos oceanos e mares. Aproximadamente 97% da hidrosfera é constituída de água salgada, restando aos 3% de água doce potável a delicada tarefa de prover grande parte dos seres vivos. A atmosfera da Terra é composta basicamente de 78% de nitrogênio e 21% de oxigênio, onde ocorrem os fenômenos meteorológicos de maior importância. A temperatura mais alta registrada atingiu 58 graus Celsius e a mínima chegou a -93 graus Celsius no continente antártico. Sua idade foi calculada em 4,5 bilhões de anos de incessantes modificações provocadas por terremotos, vulcanismos e erosões químicas, físicas e biológicas.

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A Terra é a nossa casa, a nave que cruza o espaço e parece que continuará outros tantos bilhões de anos em sua importante jornada de conduzir e sustentar o seu maior tesouro chamado vida.

AUTOR: Ricardo Costac